A mulher no mundo atual - Independência: uma conquista?!


  • CRibeiro, advogada Casser & Lauser, clarissa@casserelauser.com.br

Especialmente a partir da década de 1970 as mulheres passaram a se tornar independentes dos seus, então, “chefes de família”. Diversas figuras femininas e episódios marcantes podem ser lembrados como coadjuvantes dessa quebra de barreiras, a exemplo de Leila Diniz, que foi criticada e invejada pela sociedade machista das décadas de 1960/1970, por seu comportamento considerado “vulgar”.

Mundialmente, pode-se citar o episódio conhecido como Bra-Burning ou A queima dos sutiãs - evento de protesto com cerca de 400 ativistas do Women’s Liberation Movement (WLM) contra a realização do concurso de Miss América em 7 de setembro de 1968, na cidade de Atlanta. As ativistas protestavam contra a ditadura da beleza, a opressão e a exploração feminina.

Pois bem, de lá para cá muita coisa ocorreu. É cada vez maior o número de mulheres no mercado de trabalho. O denominado "sexo frágil" sabe exercer sua elegância e criatividade também no trabalho. As mulheres costumam ser mais detalhistas e organizadas do que os homens, sendo, ainda, de mais fácil trato no ambiente profissional.

Com essas características, as mulheres passaram a ocupar cargos nunca antes imaginados como possíveis para uma mulher. Temos atualmente mulheres mecânicas, técnicas em informática, engenheiras, advogadas, juízas, desembargadoras, prefeitas, governadoras e, até, presidentes!

Conforme divulgado na Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, Edição nº 170, março de 2003: “Em São Paulo, a proporção na composição societária das pequenas indústrias é de duas mulheres para cada homem, de acordo com o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado”. E viva a independência feminina! Será?! Todas essas mudanças, na verdade, geraram uma sobrecarga de afazeres para as mulheres, pois, o avanço masculino nos afazeres, ditos antes como exclusivamente femininos, não foi tão intenso quanto à intervenção das mulheres no “universo masculino”.

As mulheres, atualmente, muitas chefe de família, além de suarem o dia inteiro no mercado de trabalho, precisam dar conta de todo o resto - que parece continuar o mesmo após a queima dos sutiãs e da importante contribuição de Leila Diniz.

Na verdade, as mulheres apenas acumularam tarefas e responsabilidades. Antes bastava apenas serem boas mães e esposas. Agora, necessitam ser supermulheres: precisam ser boas profissionais, estarem bonitas, saradas, bem vestidas, serem eficientes, inteligentes, cultas, bem-humoradas etc e tudo isso cuidando bem da casa, do marido, dos filhos! Ufa!

Não se pode negar que as mulheres conquistaram o mercado de trabalho, inclusive ocupando posições antes tipicamente masculinas, porém, da dupla ou, até, tripla jornada em alguns casos, sobreveio uma série de consequências nefastas, como, por exemplo, o estresse, as doenças cardíacas e a depressão.

O dia a dia atribulado da mulher da atualidade acaba por enuviar as principais características femininas, ocorrendo uma espécie de masculinização da mulher moderna.
Assim, as mulheres do mundo contemporâneo, além de conseguirem exercer com competência as tarefas que já eram suas e as tarefas que antes eram dos homens, têm, ainda, o desafio de evitar a sua masculinização.

A independência feminina representa, atualmente, aumento de responsabilidade para as mulheres em detrimento da sua própria essência! Seguindo a linha do ímpeto revolucionário precursor da queima dos sutiãs, inicialmente mencionada, a famosa frase de Che Guevara encaixa-se perfeitamente no quadro atualmente vivenciado pelas mulheres: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”.


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