Globo X Ipea e Reforma Agraria















Da Redação

Portal Vermelho

Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desautoriza e contesta as conclusões contidas na matéria intitulada Assentamentos ameaçam plano para barrar desmatamento da Amazônia, publicada dia 12-4 pelo O Globo. O diário da família Marinho usa um relatório preliminar do Ipea (elaborado em parceria com Cepal e GIZ) para culpar sem-terras e Incra pela destruição da floresta na região norte do país.

O odor reacionário da ideologia que acompanha a linha editorial do jornal, hostil a tudo que diz respeito aos movimentos e às lutas sociais, exala do título e do lead (parágrafo inicial) do texto, que o Vermelho reproduz abaixo.

- Mais uma vez”, sustenta O Globo, “os assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) surgem como inimigos da conservação da Floresta Amazônica. Relatório preliminar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) sobre o plano de combate ao desmatamento da Amazônia põe esses assentamentos como um dos principais problemas da estratégia do governo para barrar a destruição da floresta.

Conclusão falsa
A conclusão, apressada e claramente induzida pela ideologia, é reiterada e “aprofundada” noutros parágrafos da matéria, mas não reflete o conteúdo do documento em que se baseia, conforme ressalta a nota divulgada pelo Ipea. “O estudo não aponta os assentamentos como um entrave à estratégia do governo de controle do desmatamento, tampouco afirma que o Incra dificulta a legalização dos assentados. E é exagero dizer que a regularização fundiária das unidades de conservação é o principal gargalo do PPCDAm.”

É um tipo aparentemente sofisticado de jornalismo marrom, marcado pela manipulação e distorção de fatos com o propósito mascarado de induzir a opinião público a um julgamento errado e hostil em relação aos assentamentos, desacreditar os movimentos sociais, no caso as organizações dos sem-terra, a bandeira da reforma agrária e o Incra.

Coisas do PIG
Culpar os sem-terra pela destruição do meio ambiente na Amazônia, ao mesmo tempo em que se faz vistas grossas diante da conduta das empresas capitalistas, em especial das madeireiras, é bem típico da mídia hegemônica, que faz por merecer o título de Partido da Imprensa Golpista, atribuído pelo jornalista Paulo Henrique Amorim.

O próprio Ipea e seu atual presidente, Márcio Pochmann, já foram vítimas do jornalismo marrom praticado pela Organizações Globo, que fez uma série de “reportagens”, no mesmo estilo da que está sendo criticada, destilando veneno contra a direção do instituto. Apesar disto, a mídia monopolizada pela família Marinho se apresenta como séria, imparcial e apartidária. Haja hipocrisia.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Ipea:

Ipea retifica matéria sobre assentamentos publicada no jornal O Globo

Foi publicada no Jornal O Globo do dia 12 de abril deste ano a reportagem Assentamentos ameaçam plano para barrar desmatamento da Amazônia, escrito pela jornalista Catarina Alencastro.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vem esclarecer que o documento citado na reportagem refere-se ao “Relatório Preliminar da Avaliação dos Resultados Atingidos pelo Plano de Ação de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm)” elaborado por uma pareceria entre o Ipea, a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) e a GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) a pedido do Ministério do Meio Ambiente e da Comissão Executiva do PPCDAm.

Como consta do próprio título do documento, o estudo em questão está em fase preliminar, não dispõe de achados conclusivos e seu relatório ainda não se encontrava pronto para ser divulgado amplamente. Espera-se concluir a avaliação em julho.

A despeito disso, é importante frisar que algumas das informações da reportagem não refletem o conteúdo do documento. Por exemplo, o estudo não aponta os assentamentos como um entrave à estratégia do governo de controle do desmatamento, tampouco afirma que o Incra dificulta a legalização dos assentados. E é exagero dizer que a regularização fundiária das unidades de conservação é o principal gargalo do PPCDAm.

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