Nelson Goetten e a Pedofilia

Empresário diz que desconhecia o que acontecia no local e que havia cedido às chaves para que Goetten o ajudasse a vender o imóvel

Dono do apartamento em Itapema, no litoral Norte, onde o ex-deputado federal Nelson Goetten (PR) promoveria orgias com adolescentes, o empresário Ilário Arnold foi localizado nesta segunda-feira pelo DC e se manifestou pela primeira vez sobre o caso. Ele diz que desconhecia o que acontecia no local e que havia cedido às chaves para que Goetten o ajudasse a vender o imóvel.

O apartamento 501 do bloco D do condomínio de luxo Splendour of The Sea, vistoriado por policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) no dia em que Goetten foi preso, na semana passada, está no nome da Industrial Rex Ltda. Ilário é sócio da empresa, que tem sede em Braço do Trombudo, cidade de 3,5 mil habitantes no Alto Vale.

Ele tem outro apartamento em seu nome no mesmo condomínio, em outro bloco - e garante que Goetten não entrava ali. Este imóvel também foi alvo de buscas da polícia.

Procurado pelo DC na empresa, ontem à tarde, Ilário mandou dizer que estava em reunião e que caberia ao seu advogado, Gilberto Steil, atender à reportagem. O empresário ainda não foi ouvido pela polícia sobre os fatos no imóvel, mas garantiu, pelo seu defensor, que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos.
Amigos, mas apenas "pelo lado político"
Ilário costuma aparecer no apartamento apenas no veraneio, conforme moradores e o próprio advogado. O empresário e Goetten são amigos, como disse o político, ao ser preso. Para o advogado de Ilário, a relação de amizade tinha apenas aspecto político, porque Goetten era um representante da região.

A Industrial Rex fabrica parafusos e porcas. Emprega centenas de pessoas no município e tem movimento constante de caminhões. Ilário anda com carros importados e tem boa relação com os moradores. Bastante conhecido na região, ele foi investigado pela polícia por ter apresentado à Justiça de Trombudo Central uma suposta declaração de pobreza, em 2006.

Pretendia, com isso, obter assistência judiciária gratuita numa ação de reparação de ações que movia contra a antiga Telesc. Ao ver a profissão de industrial informada por Ilário, o juiz negou o pedido e solicitou à polícia que o investigasse por falsidade ideológica. Em 2008, o advogado dele conseguiu trancar o inquérito policial no Tribunal de Justiça de SC. Ainda há recurso sendo julgado em tribunais superiores de Brasília.

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