Professores SC: Greve Continua

Greve continua: Governo de Santa Catarina é obrigado a devolver os descontos

Secretário da Educação, Marco Tebaldi, garante que não haverá mais negociações.

Carolina Carradore
Salas de aulas permaneceram vazias por tempo indeterminado. (Foto: Arquivo OCP)

Quando todos os ventos pareciam soprar para o fim da greve dos professores em Santa Catarina, resultado da assembleia estadual realizada na tarde de ontem, em Florianópolis, mostrou o contrário. Reunião decidiu permanecer com o movimento, que completa 51 dias hoje.

Os docentes se reuniram na Passarela Nego Quirido, seguiram até a Secretaria Estadual da Educação e continuaram o manifesto. Por volta das 17 horas, saiu o resultado: a greve iria continuar. Decisão que contrariou o resultado do encontro realizado na terça-feira, quando 57% dos votos em assembleias regionais eram favoráveis à volta para as salas de aulas. Dos 31 sindicatos da categoria, 20 optaram pelo fim da greve e 11 pela permanência. Os professores rejeitaram a última proposta do governo: recompor parte dos valores da regência de classe este ano, com a recomposição total a partir de janeiro de 2012. “Não vamos aceitar. Queremos respeito e que o plano de carreira não seja prejudicado”, afirma a coordenadora do Sinte regional, Mislene Pickcius.

Sem acordo

Em entrevista concedida ao O Correio do Povo, o secretário de educação, Marco Tebaldi, garantiu que não haverá mais nenhuma proposta por parte do governo. A preocupação agora é estudar uma forma de não prejudicar o aluno letivo. A resposta deve surgir até sexta-feira. “Vamos montar um plano de ação. Poderemos contratar professores em caráter temporário para suprir os que ainda não estão trabalhando, tudo ainda será analisado”, pondera. Tebaldi também acredita que as aulas vão se estender após dezembro.

Para o secretário, o movimento grevista perdeu o sentido. “Isso se transformou em um movimento político, tanto que muitos professores que querem voltar para a sala de aula, não participaram da assembleia. Isso tudo é facção partidária, tudo manipulação. Agora não haverá mais acordo”.

A última proposta do governo era que os professores receberiam, além do salário-base mínimo de R$ 1.187, um aumento na regência de classe de 25% para 30% para professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e de 17% para 20% para os docentes do 6º ao 9º ano do ensino médio até dezembro de 2011. A partir de janeiro, os valores voltariam a ser os antigos – de 40% e 25%, respectivamente.

Governo roda folha de pagamento

Por decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o governo do Estado mandou rodar ontem a folha de pagamento que devolve os descontos feitos no salário do mês anterior, devido aos dias parados. O TJ decidiu também pela manutenção da suspensão dos descontos das “faltas de greve”.

A assessoria de imprensa da Secretaria da Educação informou ontem à noite que a data do pagamento suplementar será determinada pelo governador Raimundo Colombo. O prazo do TJ é de três dias. Colombo determinou que a proposta feita aos docentes no último domingo fosse encaminhada à Assembleia Legislativa.

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