Transporte coletivo: igualdade em Florianópolis


Falta de opções para moradores do Continente pesa no bolso dos usuários


Emanuelle Gomes
@Emanuelle_ND
FLORIANÓPOLIS
Rosane Lima/ND
Usuários que percorrem trajetos curtos pagam muito caro em relação a outros

A estudante Manoela Vieira, 26, e a mãe dela Gorete Vieira, 56, levaram exatamente cinco minutos para chegar ao Ticen (Terminal Central) saindo de ônibus do parque de Coqueiros, região continental de Florianópolis. O trajeto tem cerca de quatro quilômetros, mas as duas tiveram que pagar as mesmas tarifas que qualquer outro usuário pagaria para ir a Canasvieiras ou ao Rio Tavares, por exemplo. “Eu acho isso ruim, porém essa é a única maneira para quem depende do transporte coletivo”, comenta Gorete.

Manoela pega todos os dias o ônibus e faz esse mesmo trajeto utilizando o cartão de estudante. O pai dela é quem paga a passagem e ele mesmo tenta economizar passando pela passarela da ponte Pedro Ivo, a única em funcionamento hoje. “Eu já passei por lá em dias de paralisação de ônibus, mas nunca vou sozinha. Não tem segurança. Seria muito bom ter essa opção, porque ou dependemos de ônibus ou de carro. Meu pai, às vezes, fica esperando o ônibus com a tarifa social, mas só tem de hora em hora, aí não dá”, explica ela.

Para Carlos Alberto da Silva, 53, a revitalização da passarela da Pedro Ivo e a abertura da passarela da ponte Colombo Salles incentivariam a população a utilizar outros meios de transporte. “As pessoas poderiam usar bicicleta ou ir a pé. Porém, seria preciso investir em seguranças. Para as empresas de ônibus é vantajoso cobrar essa tarifa para esse trajeto, já que compensa outros mais longos. Mas para quem mora aqui fica muito caro”, diz.

Cobrança colaborativa acontece no mundo inteiro

O professor de finanças pessoais da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Jurandir Sell, explica que esse tipo de cobrança é feito no mundo inteiro. “É uma forma colaborativa de pagamento. Normalmente, quem mora mais longe é menor favorecido. Em outros países isso também acontece”, afirma. Para ele, é difícil fazer em comparação para verificar se vale mais a pena fazer esse trajeto de carro, ônibus, a pé ou bicicleta.

“Por mais que a pé e de bicicleta seja saudável, hoje é perigoso usar esses meios. De carro, muita gente fica preso na fila da ponte e é relativo, porque cada carro tem um consumo diferente. Pegando um carro que tem consumo de 12 quilômetros por litro, fazer esse trajeto sairia em torno de R$1,00 de gasolina, por exemplo”, comenta.

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