SS: Ano de prejuízos para o SBT

A rede Lojas do Baú é hoje o maior problema do Grupo Silvio Santos. Estima-se que cerca de metade da dívida total de R$ 400 milhões da organização pertence à varejista. Segundo pessoas próximas do grupo, o Baú está à venda e o Banco Bradesco de Investimentos (BBI) está intermediando as negociações com os interessados. A reportagem do Valor ainda apurou que mesmo que o Baú seja vendido este ano, a organização deve encerrar 2011 com mais de R$ 100 milhões de prejuízos.

Os resultados negativos do Baú se acumulam há anos, mas foi a partir de 2009, com a compra da rede de 110 lojas da Dudony, do Paraná, que o negócio degringolou. A rede paranaense estava em recuperação judicial, com um passivo de mais de R$ 100 milhões, hoje em torno de R$ 230 milhões.

A Dudony foi adquirida depois que Silvio Santos foi descartado na disputa pela compra da rede de eletroeletrônicos Ponto Frio, colocada à venda em 2009 por sua então controladora, a bilionária Lyli Safra. O interesse do empresário em entrar na disputa com grupos tradicionais do setor, como Magazine Luiza e Pão de Açúcar (que acabou fechando o negócio), chegou a causar estranheza no mercado, pois o Baú era considerado uma rede de pouca envergadura, com apenas 20 lojas em operação. Hoje, o Baú tem 130 unidades.

A estratégia era movida, contudo, pela sinergia que o negócio poderia gerar com o banco PanAmericano. Se Silvio Santos tivesse comprado a rede de mais de 400 lojas do Ponto Frio, o banco expandiria seu canal de vendas e, significativamente, sua força de distribuição de produtos como crédito consignado, financiamentos de veículos e empréstimos pessoais.

O presidente do grupo, Guilherme Stoliar, não confirma o interesse de venda do Baú, nem o tamanho da dívida. Mas admite que a rede trabalha no vermelho. "Operação no varejo sem escala não dá lucro. Para pagar a operação, é necessário ter no mínimo uma rede de 300 pontos de venda", diz.

Consultores avaliam que não faz mais sentido para Silvio Santos manter o Baú. "No varejo, quem não é comprador vira alvo de aquisição. E para ser comprador é preciso ter dinheiro", diz o consultor Márcio Roldão, sócio da Avention, especializada em gestão. "A venda de ativos deve ser necessária para o grupo se fortificar e se voltar ao negócio que sabe fazer."

Apesar do cenário desfavorável, Stoliar está otimista. Ele estima que o faturamento do grupo em 2015 alcançará R$ 2,8 bilhões, com lucro líquido de quase R$ 300 milhões. O SBT responderá por metade da receita, enquanto Jequiti chegará a R$ 900 milhões. O plano de expansão se baseia em corte de custos, como a aquisição de pacotes de filmes mais baratos para o SBT, e transferência de áreas administrativas para o complexo Anhanguera (sede da TV).

0 comentários:

Postar um comentário

 
Bem Vindo ao meu Blog © 2012 | Designed by LogosDatabase.com, in collaboration with Credit Card Machines, Corporate Headquarters and Motivational Quotes