O dia depois da Chuva em SC






Jeronimo Alves levando alimentos aos desabrigados das chuvas
Entre a água suja que inunda ruas formando verdadeiros lagos, móveis estragados e o barro que ainda invade as casas, restou a esperança estampada nos rostos dos moradores , que mesmo em meio ao caos, arregaçam as mangas e partem para o recomeço. Sem contabilizar as perdas, moradores do Rio Vermelho, Norte da Ilha, amanheceram com a preocupação de tentar salvar o que restou e partiram para o trabalho.

O Norte da Ilha foi o local mais afetado pela constante chuva. No Rio Vermelho, 15 ruas foram tomadas pela água, cerca de 800 pessoas foram afetadas. Por conta da situação crítica a Defesa Civil do município decretou Estado de Emergência no Norte da Ilha.

Na rua Maria Clara de Jesus, próximo ao Travessão, o cenário é desolador. A água tomou conta e um acumulado de terra, feito pelos próprios moradores, serve de passagem. Com água dentro de casa, alguns móveis e colchão sujos de lama, Janete Antunes, tenta lavar o uniforme dos três filhos. “Eles têm que ir para escola. Não quero que as roupas fiquem sujas, cheirando mal”, comenta a mulher. O marido, Ênio Muniz, 42, conta que a família perdeu tudo até o carro estragou por conta da inundação. “O jeito agora é trabalhar e começar de novo”, define.

Alice Miguez, 31 andava com sua filha no colo, enquanto pedia ajuda para a Defesa Civil. Ela conta que perdeu todos os seus móveis e inclusive a compra de supermercado que havia feito há poucos dias. “Perdi tudo, não consigo nem entrar em casa”, disse. Alice foi uma dos 120 moradores da região que receberam os kits de limpeza e cesta básica doados pela prefeitura. A entrega foi feita na tarde de sexta-feira, na Associação de Moradores do bairro. A auxiliar de limpeza, Amália Pereira, 48, passa pela terceira enchente e mais uma vez perdeu seus móveis. “Não podemos nos deixar abater, tem que seguir em frente”, concluí.

Prefeitura vai executar projeto

De acordo com o gerente de prevenção da Defesa Civil, Marcelo Ricardo Silva, o problema no Rio Vermelho é crônico e a falta de um serviço de drenagem resulta em repetidos alagamentos. Em março de 2010 o projeto de drenagem elaborado pela prefeitura foi embargado pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente). Agora, decretada emergência na localidade, as obras voltaram. “Só lamento que seja um pouco tarde. Se tivéssemos a licença antes, não estaríamos com esse problema. Nós não fechamos os olhos. Sabíamos do problema, mas há coisas que são difíceis de fazer em Florianópolis,” reclamou prefeito Dário Berger.

O presidente da Fatma , Murilo Flores, defende que a “obra apresentava graves problemas, a tubulação levaria toda a agua, inclusive com esgoto, para o Rio Vermelho”. Flores explica que o sistema de drenagem que deve começar nesta segunda-feira não precisa de licença por ser uma obra simples e que não causa danos ao meio ambiente. “A água será levada a caixas com brita que será absorvida pelo solo. Isso resolve o problema dos alagamentos, mas é necessário uma solução mais abrangente”, ressalta. De acordo com o secretário de Obras, Américo Medeiros, a prefeitura deverá avaliar como vai proceder a segunda etapa do projeto que dependerá de licenciamentos.

Mônica Amanda Foltran
FLORIANÓPOLIS

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