Ensino precário em Florianópolis

Em Florianópolis, escola em situação precária. Confira as fotos

Secretaria de Educação promete construção de novo prédio para abrigar Almirante Carvalhal até o fim do ano. Confira as fotos abaixo


Anita Martins
@anita_nd
FLORIANÓPOLIS
Fotos Rosane Lima/ ND
Uma mostra da precariedade do prédio da escola de Coqueiros

Paredes que racham, pedaços de reboco que caem e água da chuva que vaza nas salas de aula fazem parte do dia a dia da EBM (Escola Básica Municipal) Almirante Carvalhal, em Coqueiros. Funcionários contam que os problemas estruturais são enfrentados praticamente desde a inauguração do prédio, no início da década de 1980, e que as promessas de construção de um novo colégio se arrastam há, pelo menos, dez anos. A Prefeitura de Florianópolis garante que não há risco para os alunos. Pais e professores discordam.

Para o docente de matemática Paulo Heinzen, 52, há 19 anos lecionando na Almirante Carvalhal há 19 anos, o maior perigo é de choques elétricos. “Quando chove, pinga água pelo bocal da lâmpada. Eu já cheguei a apagar a luz várias vezes na aula por causa disso. Imagina se uma criança encosta em uma parede úmida com corrente elétrica”, diz.

Outro professor, que prefere não se identificar, acredita que as partes do reboco que despencam são a principal ameaça. “Se a porta bate com um vento forte, caem pedaços. Ainda não atingiram ninguém, mas isso pode acontecer.”

O supervisor de segurança Nacor de Oliveira, 58, pai de uma aluna do 8º ano, diz temer pela filha. “Quando passa um caminhão na rua, algumas salas estremecem”, relata. Oliveira afirma ter deixado a presidência da APP (Associação de Pais e Professores) na semana passada por causa da situação. “Me desgastei muito e não vi nenhum resultado”, lamenta.

O secretário municipal de Educação, Rodolfo Pinto da Luz, admite a necessidade de uma nova escola, explicando que a atual edificação tem falhas na fundação e, por isso, não pode ser aproveitada. “Pretendo começar a obra até o final do ano. Vamos construir o prédio onde hoje é a quadra para não interromper as aulas”, afirma.

Estrutura precária prejudica aprendizado

O professor Heizen ressalta que a precariedade física da escola é prejudicial ao processo de aprendizagem dos estudantes. “Eu ensino matemática, uma disciplina que exige concentração. Se uma porta não fecha por não ter tranca ou se uma sala não tem cortina para impedir a entrada da luminosidade e faz o aluno não enxergar bem, a atenção vai embora.”

Segundo ele, outra questão é a falta de uma quadra coberta de esportes. “Aqui, as crianças não têm proteção contra sol ou chuva nas aulas de educação física”, observa. “O ensino só continua bom pelo esforço dos profissionais. A gente quer que o poder público dê uma olhada para a escola, que ainda é uma das melhores da cidade e tem sido deixada de lado”, pede.

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